quinta-feira, maio 10, 2007

Rituais de Acasalamento, Parte II - A Praia

A praia... Esse igualmente belo e interessante local de acasalamento, onde a espécie em estudo (Homo camarinhus latinus) desenvolve as suas estratégias com vista a conseguir endrominar uma qualquer incauta fêmea.

Ora, todos nós já vimos, concerteza, exemplares dessa espécie quando vamos à praia. Andam por lá, normalmente aos pares em grupos de três, usando o seu uniforme de trabalho (a maravilhosa tanga, que pode ter as mais variadas cores e padrões, desde tigrada, passando por rosa-choque e chegando às multi-coloridades; calculo que tenha algum significado secreto, tipo ranking). Por vezes, até se fazem acompanhar das suas crias, a quem vão tentando ensinar os anais do seu comportamento, sendo nessa altura que vemos essas pequenas crias a afalfar (substituam os f's por p's, que este blog pode ser lido por crianças, e não queremos que fiquem escandalizadas) pitas desatentas.

Passando agora a uma breve descrição da espécie. Quase todos os exemplares adultos usam um farfalhudo tufo capilar debaixo do nariz, existindo também um similar (mas mais extenso) na zona do peito e das costas. Curiosamente, costuma faltar-lhes na cabeça.

Outro pormenor relevante é a existência de um fio de ouro, ou material correspondente, ao pescoço e um correspondente cachucho num dos anelares. Tem-se discutido ultimamente, entre a comunidade científica, se o tamanho desses objectos não terá, tal como as tangas, a ver com o ranking.

Na zona entre o ombro e o cotovelo, normalmente no braço esquerdo, há também algo interessante: uma ou duas tatuagens que dizem "Angola 69" (ao invés do também conhecido Woodstock 69) ou "Amor de Mãe" (esta juntamente com um enternecedor coração).

Por fim, e juntando à típica locomoção sabuja (com os pés completamente de lado), saliento outra característica sexualmente dimórfica, o chamado calo do amor ou calo sexual. Trata-se da protuberância situada na zona abdominal e que é demonstrativa, consoante o tamanho, do desempenho em termos de actividade e performance sexual (segundo os pergaminhos da espécie, claro).

Passando ao comportamento, os machos mais tímidos desta espécie, uma vez localizada a presa, exibem-se jogando vólei (de péssimo nível técnico) ou futebol (aqui com um pouco mais de sucesso), mas não conseguem facturar. Os mais audazes cercam a presa e tentam desenvolver uma conversa em portuglish, usando frases como "Elô, beibe!", "Iou are veri uaite" ou "Iou mâsta pute crime numbere faibe". Curiosamente, apenas exemplares do sexo feminino (e não são todos) que não sejam da sub-espécie latinus é que são ludibriados.

A National Támali Magazine espera que esta estrondosa reportagem de investigação científica seja digna e reconhecida com a atribuição de um Nobel. Fica, então, para breve, os meandros do acasalamento com recurso às novas tecnologias, como o dentinho azul (aka bluetooth) e o messenger, como foi pedido por uma fiel leitora.

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