Bem, aposto como mais de metade
do pessoal que veio ter a este página, veio através da pesquisa no Google da
palavra “pacote”…. seus malandros… andavam a procura de um bom pacote!
Uma outra parte veio pela palavra
austeridade, palavra na moda em Portugal… infelizmente!
Seja como for ainda bem que aqui
caíram, na realidade o assunto deste post já me anda a assolar a cabeça há
algum tempo e é na verdade uma constatação de uma tendência… a diminuição do
tamanho das embalagens dos gadgets… estão a ver… pacote… embalagem… não é
pacote de taradice.
Lembro-me quando comprei o meu
primeiro portátil, a caixa onde vinha era no mínimo opulenta! Tinha tantas “sub-caixas” e vinha tudo tão bem embalado
que a ideia de, depois de desembalado, voltar a embalar tudo da mesma forma era
impossível. O nível de preocupação nas cores e textura da caixa era tal que o
próprio computador ficava ofuscado dentro da sua embalagem. Na realidade, e no
máximo da ostentação, dava mais nas vistas andar com a caixa na mão do que
propriamente com o portátil… no entanto e após algumas tentativas não consegui
instalar o Office na caixa… logo tive que começar a andar com o portátil para
trabalhar.
Embalagens como estas davam gozo
em abrir, o fabricante dava-nos a sensação que estava-mos a comprar algo de
extrema importância e raro… quando na realidade era apenas mais um gadget igual
a tantos outros… que tinham sido produzidos em série… mais um igual em muitos
milhares…
Uns anitos mais tarde adquiri
aquilo a que eu chamo o suprassumo pacotal… estou a falar do fantástico (não
apenas o pacote) HTC Touch… para quem não se lembra, foi um dos primeiros
smartphons touch, e um dos primeiros telemóveis desta marca, hoje em dia
gigantesca, mas que na altura era cotada como mais um telemóvel de uma marca
manhosa chinesa. O telemóvel foi fantástico… mas a caixa em que vinha era no
mínimo divinal! Toda em preto mate, com apenas o emblema da HTC em prateado,
quando se abria a caixa, o espetáculo continuava… a primeira e única coisa que
se via era o telemóvel encaixado numa estrutura preta que não deixava ver os
restantes acessórios… muito bem pensado… pois aquilo era o que se tinha
comprado… nada mais interessava! Ao retirar esta estrutura e na parte inferior
da caixa existiam todo um conjunto de arrumações com o restante material…
saliento também que foi o único telemóvel em que o fabricante se preocupou em fornecer
um peliculara para o ecrã. Novamente o que apetecia era deixar o aparelho
dentro da caixa… Estava-mos no auge da era pacotal! Daí para a frente foi o
degredo e a pobreza do pacote.
A minha perceção de tal foi a
quando da compra de um disco externo WD, o aparelho em si é divinal em termo de
design mas a caixa… a caixa… era um atentado aos adeptos do N.R.F.B. (Never
Remove From the Box… movimento com muitos seguidores ao nível dos
colecionadores de figuras de ação). Tratava-se de uma termoplast, uma daquelas
irritantes caixas em plástico transparente moldado e que se adapta ao
dispositivo embalado… quer dizer… a caixa até estava porreira pois parecia que
o disco estava a flutuar no interior de uma caixa de cristal… mas todos já
tiveram esta experiência… é impossível de abrir sem recurso a uma tesoura… e
tesoura era algo que não tinha no momento… por isso demorei meia hora a retirar
o disco… algo que ficou imortalizado numa série de fotografias via Skype para
gaudio de amigos com que falava! Mas se na altura pensava que o pacote não
poderia ficar pior… enganei-me!
Desde esses dias as embalagens
não são mais do que isso, embalagens, estruturas que permitem armazenar os
aparelhos muito direitos e que permitem melhor arrumação em stock! Os portáteis
vêm dentro de caixas de cartão pardo alinhados e protegidos por guias tipo
caixa de ovos… Claro que em termos ambientais e ecológicos este é o melhor
processo, mas o meu lado de aficionado em gadgets reclama por pacotes opulentos…
precisamos de ter aquela sensação de que estamos a comprar algo realmente
importante e necessário.
No entanto o degredo total
aconteceu quando comprei o meu atual telemóvel, um Galaxy W, o telemóvel em si
tem dimensões ideais, fino e não muito grande, mas também não muito pequeno,
ideal… logo à partida a sua embalagem não deveria também ser muito grande… mas
a surpresa ocorreu quando recebi a sua embalagem… por momentos olhei com
estranheza para a vendedora… como seria possível o telemóvel vir numa caixa que
aparentemente era mais pequena que o próprio aparelho… será que a Samsung tinha
entrado em modo IKEA… teríamos nós de construir o telemóvel? Viria ele às peças…
Não o impossível tinha sido feito, o aparelho vinha dentro de uma caixa que
aparentava ser mais pequena que ele, e ainda trazia carregador, auricular,
bateria e manual de instruções! É o milagre da arrumação…
Tenho medo do que para aí vem… o
pacote está a ficar pobre, mas prático! Voltaremos ao embrulho em papel pardo
com cordel de ráfia… Medo!
Mas…como eu sou um tipo porreiro,
e nunca me esqueço nem mesmo dos enganados… aqui vai um pacote!