segunda-feira, janeiro 21, 2013

Austeridade no pacote…


Bem, aposto como mais de metade do pessoal que veio ter a este página, veio através da pesquisa no Google da palavra “pacote”…. seus malandros… andavam a procura de um bom pacote!
Uma outra parte veio pela palavra austeridade, palavra na moda em Portugal… infelizmente!
Seja como for ainda bem que aqui caíram, na realidade o assunto deste post já me anda a assolar a cabeça há algum tempo e é na verdade uma constatação de uma tendência… a diminuição do tamanho das embalagens dos gadgets… estão a ver… pacote… embalagem… não é pacote de taradice.
Lembro-me quando comprei o meu primeiro portátil, a caixa onde vinha era no mínimo opulenta! Tinha tantas  “sub-caixas” e vinha tudo tão bem embalado que a ideia de, depois de desembalado, voltar a embalar tudo da mesma forma era impossível. O nível de preocupação nas cores e textura da caixa era tal que o próprio computador ficava ofuscado dentro da sua embalagem. Na realidade, e no máximo da ostentação, dava mais nas vistas andar com a caixa na mão do que propriamente com o portátil… no entanto e após algumas tentativas não consegui instalar o Office na caixa… logo tive que começar a andar com o portátil para trabalhar.
Embalagens como estas davam gozo em abrir, o fabricante dava-nos a sensação que estava-mos a comprar algo de extrema importância e raro… quando na realidade era apenas mais um gadget igual a tantos outros… que tinham sido produzidos em série… mais um igual em muitos milhares…
Uns anitos mais tarde adquiri aquilo a que eu chamo o suprassumo pacotal… estou a falar do fantástico (não apenas o pacote) HTC Touch… para quem não se lembra, foi um dos primeiros smartphons touch, e um dos primeiros telemóveis desta marca, hoje em dia gigantesca, mas que na altura era cotada como mais um telemóvel de uma marca manhosa chinesa. O telemóvel foi fantástico… mas a caixa em que vinha era no mínimo divinal! Toda em preto mate, com apenas o emblema da HTC em prateado, quando se abria a caixa, o espetáculo continuava… a primeira e única coisa que se via era o telemóvel encaixado numa estrutura preta que não deixava ver os restantes acessórios… muito bem pensado… pois aquilo era o que se tinha comprado… nada mais interessava! Ao retirar esta estrutura e na parte inferior da caixa existiam todo um conjunto de arrumações com o restante material… saliento também que foi o único telemóvel em que o fabricante se preocupou em fornecer um peliculara para o ecrã. Novamente o que apetecia era deixar o aparelho dentro da caixa… Estava-mos no auge da era pacotal! Daí para a frente foi o degredo e a pobreza do pacote.
A minha perceção de tal foi a quando da compra de um disco externo WD, o aparelho em si é divinal em termo de design mas a caixa… a caixa… era um atentado aos adeptos do N.R.F.B. (Never Remove From the Box… movimento com muitos seguidores ao nível dos colecionadores de figuras de ação). Tratava-se de uma termoplast, uma daquelas irritantes caixas em plástico transparente moldado e que se adapta ao dispositivo embalado… quer dizer… a caixa até estava porreira pois parecia que o disco estava a flutuar no interior de uma caixa de cristal… mas todos já tiveram esta experiência… é impossível de abrir sem recurso a uma tesoura… e tesoura era algo que não tinha no momento… por isso demorei meia hora a retirar o disco… algo que ficou imortalizado numa série de fotografias via Skype para gaudio de amigos com que falava! Mas se na altura pensava que o pacote não poderia ficar pior… enganei-me!
Desde esses dias as embalagens não são mais do que isso, embalagens, estruturas que permitem armazenar os aparelhos muito direitos e que permitem melhor arrumação em stock! Os portáteis vêm dentro de caixas de cartão pardo alinhados e protegidos por guias tipo caixa de ovos… Claro que em termos ambientais e ecológicos este é o melhor processo, mas o meu lado de aficionado em gadgets reclama por pacotes opulentos… precisamos de ter aquela sensação de que estamos a comprar algo realmente importante e necessário.
No entanto o degredo total aconteceu quando comprei o meu atual telemóvel, um Galaxy W, o telemóvel em si tem dimensões ideais, fino e não muito grande, mas também não muito pequeno, ideal… logo à partida a sua embalagem não deveria também ser muito grande… mas a surpresa ocorreu quando recebi a sua embalagem… por momentos olhei com estranheza para a vendedora… como seria possível o telemóvel vir numa caixa que aparentemente era mais pequena que o próprio aparelho… será que a Samsung tinha entrado em modo IKEA… teríamos nós de construir o telemóvel? Viria ele às peças… Não o impossível tinha sido feito, o aparelho vinha dentro de uma caixa que aparentava ser mais pequena que ele, e ainda trazia carregador, auricular, bateria e manual de instruções! É o milagre da arrumação…
Tenho medo do que para aí vem… o pacote está a ficar pobre, mas prático! Voltaremos ao embrulho em papel pardo com cordel de ráfia… Medo!
Mas…como eu sou um tipo porreiro, e nunca me esqueço nem mesmo dos enganados… aqui vai um pacote!

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