quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Buracos negros ousados

Antecipando a incursão, há muito pedida pelos nossos assíduos leitores, ao fascinante mundo das cegonhas transportadoras de bebés, venho falar-vos sobre a alta sociedade portuguesa, de um ponto de vista astronómico.

Recentemente, li um artigo que me suscitou inusitado interesse! Definia (é mentira, eu é que defino, mas isso não interessa) as festas da alta socialite como enxames globulares, isto é, conjuntos densos de milhares ou milhões (bem, não são assim tantas) de estrelas velhas (leia-se as nossas queridas Lili Caneças, Lulu Pinto e Marquês, Rosinha Telles de Sousa ou lá como elas se chamam... No fundo, são aqueles lindos nomes que vemos nas chamadas revistas côr-de-rosa, enquanto esperamos para ser torturados por um homem que se diz dentista. A propósito, deviam respeitar os Clientes masculinos que também vão a esses sítios e comprar uma Playboy de vez em quando).


"Acontece que é opinião generalizada no mundo científico, que não deveriam existir buracos negros num ambiente tão exclusivo", garantiu-nos uma fonte da conceituada Universidade do Enclave Revolucionário de São Jerónimo, à Támali Science, momentos antes de ser preso (simplesmente porque não concordou com as nossas políticas sociais para o Enclave).


Os buracos negros são, então, os penetras que normalmente frequentam essas festas, e que não têm apelidos com dois l's, t's, um y ou então apelidos ligados por um e, da ou de. Também não são, obviamente, condes nem duques, a não ser da sanita do seu apartamento (se não estiver hipotecada)... Simulações em computador, realizadas na nossa Universidade, mostram que um buraco negro recém-formado seria atraído para o centro do enxame de estrelas. No entanto, após pouco tempo (em bom português, após a novidade passar e perceberem que o buraco negro se chama Eufrâmio Fanhoso e não Tomás de Schinter e Bissaya), ele seria catapultado para fora do enxame.


Mas, recentemente, foi descoberto um buraco negro no interior de um enxame globular de estrelas, baptizado de "ousado", o que forneceu a primeira evidência convincente de que um buraco negro pode residir e crescer num sítio tãaaaaaooooo selecto, queridos! Mas ousado porquê? Porque é o primeiro caso de alguém que aguenta mais do que uma festa do género na Lux ou na Kapital sem ser descoberto.


Nesta altura estarão vocês, abnegados leitores, a interrogar-se porque é que o raio do assunto ainda não descambou para o sexo. "Mas este gajo só tem ideias pervertidas!", pensam vocês (veêm como eu sou simpático?). Calma, já lá vamos... Os buracos negros são, por definição, invisíveis, embora a região em torno destes corpos possa emitir periodicamente "radiação" (bela definição...) quando estes se "alimentam" (salvem-nos, quem é que escreve estes textos...) do "colapso" (outra...) do núcleo de estrelas de grande massa.

Por fim, o último apontamento científico. O buraco negro em causa foi detectado aquando do seu "processo de alimentação" (já lhe ouvi chamar muitas coisas...) numa galáxia designada por NGC4472 (estes astrónomos têm uma imaginação do c******), localizada a cerca de 50 milhões de anos-luz de distância da constelação da Virgem (ahahah, a única coisa virgem que havia na festa devia ser uma garrafa perdida no recanto mais recôndito do armazém da discoteca, ou onde quer que a festa tenha ocorrido).

Fiéis leitores, espero ter saciado mais uma vez a vossa enorme (ou não...) curiosidade científica... Até à próxima, com a Támali Science!

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